Para refletir sobre a importância, dimensão e influência da cidadania digital é necessário primeiramente compreender a sua definição. Assim, segundo (Cidadania Digital, s.d.), a cidadania digital é definida por auxiliar e promover as competências do utilizador no uso das novas tecnologias de forma, a que este consiga tirar o máximo proveito. Deste modo, é impulsionadora para o bom e correto uso das ferramentas digitais sendo, igualmente, sensibilizadora sobre as consequências do mau uso destas ferramentas.
Segundo (Silveira, 2010), o poder comunicacional não deve ser visto apenas como uma força politica e financeira pois, é através do “biopoder que se expressa em dimensões múltiplas, das quais a política é somente uma entre outras”. É desta forma que o autor, defende que a microfísica do poder designada por; “estar presente nas práticas cotidianas, em que se expressa o poder em todas as suas formas” é nada mais nada menos que a liberdade de acesso e partilha de conteúdos/conhecimentos que também estão disponíveis na Internet e nas novas tecnologias. Os utilizadores internautas são capazes de promover petições, sondagens, alertas (por exemplo) em prol de uma causa, instituição, individuo(s), entre outros, ou, poderão apenas partilhar conteúdos de carácter emotivo, pessoal e/ou laboral– este é um exemplo do poder da microfísica, porque, em conjunto com as novas tecnologias a mensagem a transmitir pode ter impacto em vários países. A noticia do Jornal Sábado de (Riso, 2015), relata que até aquela data o vídeo historiado contava com cerca de 23 milhões de visualizações – este é um exemplo do poder da microfísica em conjunto com as novas tecnologias.
Após esta conjunção entre poder e as novas tecnologias, é notável que certos conteúdos que estão na Internet são capazes de provocar impactos tanto a um pequeno grupo de indivíduos como a milhões de indivíduos. Posto isto, somos capazes de identificar a Internet como um beneficio para a comunicação e enriquecimento em contexto pessoal, laboral e educativo – é possível fazer um contato por chamada, videochamada e ou por mensagem através deste recurso; ter acesso a conteúdos de informação de caracter académico, noticias sobre o mundo, entretenimento (por exemplo); criar e/ou ter acesso a material educativo tais como: jogos online, blogues, vídeos.
Qualquer individuo com acesso online pode viajar virtualmente pelo Mundo inteiro, ser conhecedor de todas as culturas e costumes utilizando apenas a Internet e suas ferramentas. No entanto e ainda assim, conjugando com a designação de cidadania digital é necessário também ter atenção ao uso correto das novas tecnologias. Se por um lado o avanço das tecnologias nos faz conhecer cada vez mais o Mundo e o que nos rodeia, por outro lado e infelizmente, com este avanço surgem também perigos e consequências da sua utilização. Os utilizadores são aliciados a conteúdos que podem ser; “fake news” , fraudulentos, perfis de redes sociais falsos poderão estar associados a redes de pornografia, tráfico de pessoas e/ou cyberbullying. Associados a estes riscos temos a preocupação aquando os utilizadores são crianças, estas à semelhança de qualquer utilizador adulto também podem estar expostas aos perigos das novas tecnologias até porque; “Nenhuma criança está a salvo do risco online.” (Lobo, 2018). A UNICEF, segundo (Lobo, 2018) alerta que é necessário todos os países educarem a população adulta, jovem e criança no sentido da literacia digital – até porque, segundo esta referência “um em cada três utilizadores da Internet em todo o mundo é uma criança”. Por outro lado, esta noticia também nos remete para a falta de acesso ao mundo digital que muitas crianças ainda hoje têm – é notório que esta escassez priva à criança o acesso a novas oportunidades para aprender, partilhar, comunicar, interagir e inclusive desenvolver aptidões para contexto laboral.
Em suma, o mundo digital cada vez mais faz parte do dia-a-dia do cidadão, tenha este 5 ou 80 anos. Aceder à Internet e fazer uma videochamada com um amigo/familiar que está no estrangeiro é já nos dias que correm um ato natural. No que diz respeito ao mundo do trabalho ou escolar, aceder novamente à Internet como recurso de partilha e pesquisa de conteúdos é igualmente outro ato natural em pleno seculo XXI. Em Portugal, o site da direção geral de educação disponibiliza uma série de recursos online que podem ser consultados e utilizados tanto por educadores/professores como por cuidadores e crianças. Um destes recursos é o site seguranet que visa “promover, na comunidade educativa, a navegação segura, crítica e esclarecida na Internet e dos dispositivos móveis”. Para além da informação disponível sobre o mundo digital este, apresenta jogos lúdicos para crianças do 1º, 2º e 3º ciclo do ensino básico e curiosamente também para os pais (Republica Portuguesa - Educação, s.d.). Ainda assim, o avanço das tecnologias é superior à existência de informação e comunicação para o seu correto uso. É necessário, portanto, educar e implementar o mundo digital como um beneficio revolucionário no que diz respeito tanto a nível educativo, pessoal e laboral; no entanto é imprescindível acompanhar este avanço de forma a que todos os utilizadores sejam conscientes na sua utilização “Mais do que saber usar uma dada aplicação ou nova tecnologia, importa refletir sobre o seu impacto na nossa vida, tomar consciência das alternativas reais que existem e tomar decisões informadas, conscientes e coerentes. (Cidadania Digital, s.d.)”.
Cidadania Digital. (s.d.). O que é a Cidadania Digital? Obtido de Cidadania Digital: http://cidadaniadigital.pt/
Educação, R. P. (s.d.). ERTE - Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas - Ministério da Educação. Obtido em 2018, de Direção Geral da Educação: http://erte.dge.mec.pt/seguranet
Lobo, A. (2018). UNICEF analisa o impacto do digital na vida das crianças. educare.pt.
Republica Portuguesa - Educação. (s.d.). seguranet. Obtido em 2018, de seguranet: http://www.seguranet.pt/
Riso, L. (2015). Casal idoso apaixonado que se tornou viral conta história de amor. Sábado. Obtido de https://www.sabado.pt/vida/detalhe/video-de-casal-idoso-apaixonado-torna-se-viral-no-facebook
Silveira, S. A. (2010). Poder comunicativo,ecossistemas digitais e cidadania digital. Em Cidadania e redes digitais (V. tradutores, Trad., 1ª ed., p. 35). São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil : Maracá – Educação e Tecnologias. Obtido em dezembro de 2018, de https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/35376229/c_i_d_a_d_a_n_i_a_e_r_e_d_e_s_d_i_g_i_t_a_i_s_1.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1546120617&Signature=8mSI6UdZN2flIvjR8dXwpxj5tYo%3D&response-content-disposition=inline%3B%20filename%
- Discente Ana Margarida Casal Ribeiro 170142051
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