domingo, 28 de outubro de 2018

Quando formos profissionais, iremos implementar as Tecnologias de Informação e Comunicação em sala de aula?

     Em primeiro, é necessário perceber que as TIC são responsáveis pelo tratamento da informação, articulado com os mecanismos de transmissão e de comunicação dessa mesma informação. Estas são caracterizadas por serem uma linguagem de comunicação cada vez mais presente nos dias que correm. Ainda assim, também são consideradas por serem uma ferramenta que podem ser utilizadas numa abordagem pessoal, social e profissional; permitindo novas formas de interação, partilha de conhecimento e construção de saber (Ponte, 2002).
     Em contexto educativo, as TIC proporcionam uma maior motivação aos alunos e professores, o que faz com que ambos se sintam estimulados e num ambiente positivo, melhorando assim a relação professor-aluno e favorecendo por sua vez o sucesso escolar, ou seja causando um impacto positivo nos resultados dos estudantes. Estas facilitam os alunos ao acesso a recursos e aquisição de conhecimentos, dando a possibilidade de desenvolver certas competências nas diferentes áreas, como por exemplo: português, matemática, ciências naturais, entre outros; melhorando as habilidades criativas e de raciocínio, o gosto pela aprendizagem, trabalhando e desenvolvendo também, o espírito critico e reflexivo. Não servem apenas para a preparação/gestão de aulas e auxiliar na organização de informações, o uso das TIC potencializa o ensino, implementando uma variação de métodos e recursos (como por exemplo os jogos digitais) que valorizam o trabalho cooperativo; contribuem para uma melhor interpretação de informações, logo, os alunos aprendem mais facilmente; possibilita a discussão de temas, havendo uma troca de informações/partilha de conhecimentos, existindo assim uma interação entre alunos/professores, ou seja, estas proporcionam ambientes de aprendizagem mais participativos (Karsenti, Villeneuve, & Raby, 2008). Segundo (Pocinho & Gaspar, 2012) com as TIC, as aulas tornam-se mais dinâmicas e atraentes, o que facilita a compreensão de um determinado conteúdo, fazendo com que o aluno se sinta motivado e tenha vontade de aprender mais, despertando a curiosidade e aumentando a produtividade, “...a criança terá mais atenção do que nas aulas de um professor que só fala.” ou seja, são um forte recurso em sala de aula. A comunicação à distância, através de fóruns, e-mail, chats, blogues; e o ensino à distância são também grandes vantagens das TIC.
     Por outro lado, as TIC na Internet permitem aos utilizadores; terem acesso a conteúdos pornográficos, estarem predispostos a cyberbullying e tornarem-se obcecados com o uso de smartphones, computadores e tablets; de tal modo, que podem se tornar pouco capazes na interceção social (M, 2018). A falta de equipamentos e a falta de acesso à Internet nas escolas são também desvantagens que ainda hoje, não estão regularizadas “Também o ministro Tiago Brandão Rodrigues, no arranque da Conferência Internacional de Educação, que se realizou em Lisboa em outubro último, revelou ser necessário recuperar o atraso provocado pelo fim do Plano Tecnológico da Educação, uma decisão que considerou errada por ter “criado um défice oculto nas competências de muitos dos nossos alunos”. De forma a contornar estas limitações, são muitos os alunos que acabam por utilizar os seus equipamentos pessoais, mais rápidos, melhores e mais atualizados.” (Governo quer "alunos do futuro" em escolas com computadores antigos e internet lenta, 2018).
     Na atualidade, é percetível que as TIC fazem parte do quotidiano dos alunos e da sociedade em geral. Estamos perante uma geração tecnológica, numa fração de segundos qualquer pessoa com um smartphone ligado à Internet consegue ter acesso ao mais variado tipo de informação, contato e partilha; no entanto, as escolas na sua grande maioria, não revelam inovação sobre o método de ensino. Sendo a inovação quase nula o papel do professor continua a ser centrado nas metodologias e métodos de ensinar ou seja; continua a ser visto (para além dos livros), como a única fonte de saber. Existem inúmeras razões para que tal aconteça, no nosso ponto de vista, acreditamos que existe uma necessidade emergente de facultar material, auxilio e formação contínua ao professor e às instituições. Desta forma, admitimos que o ponto de partida terá de se iniciar pelo Ministério da Educação na construção e formação de Metas e Programas Curriculares de acordo com o comportamento da sociedade na atualidade, implementando consequentemente as TIC na sala de aula. Através do artigo de (Lagarto, 2013), podemos encontrar o relato de uma disciplina que foi lecionada durante um ano letivo utilizando apenas a Internet, o Moodle e uma sala de informática, o intuito era que não fosse utilizado qualquer material em suporte papel. No final do ano letivo, a professora/investigadora concluí que; “os alunos da turma ficaram mais motivados e aprenderam com sucesso quando utilizam os recursos informáticos. Não sentiram necessidade do manual ou do caderno em papel, uma vez que dispunham dos conteúdos e apontamentos no sítio da disciplina e no armazenamento online, neste caso a dropbox. (Freire & Lagarto, 2012)” No entanto, nessa mesma altura, foi necessário disponibilizar material em suporte papel de forma a convencer os encarregados de educação sobre os resultados e ação desta disciplina. A partir deste exemplo, podemos afirmar que é necessário não só incentivar e preparar docentes, é necessário envolver também toda a comunidade participativa na educação (professores, auxiliares, cuidadores, alunos, entre outros).
     Como futuras professoras, acreditamos que a implementação das TIC em sala de aula, serão uma mais valia, pois estas enriquecem os alunos e as aulas, a relação professor-aluno; diversifica as metodologias de ensino, o que gera diferentes formas de comunicar, informar e interagir; aumentam a informação disponível para os alunos de forma simples, rápida e eficaz e ajudam a encontrar as dificuldades dos alunos, contudo é necessário que haja uma formação para que consigamos estimular, motivar, articular e inovar o grupo, “permitindo a coletividade entre o aprender fazendo, para chegar ao processo de aprendizagem” (Reis, Santos, & Tavares, 2012) tendo sempre em conta as necessidades dos alunos.
     Apesar de sermos apologistas das TIC em contexto educativo, por falta de experiência na área de docência, iremos apenas usufruir as TIC e as suas potencialidades com regularidade e se possível na totalidade aquando tivermos alguns anos de serviço. Defendemos que é nos primeiros anos de serviço de um professor, onde são postos em prática pelas primeiras vezes os conhecimentos e valores adquiridos pela experiência académica e pessoal, desta forma, estaremos mais propicias a errar. São, também são nestes anos, em que aprendemos a gerir outras questões tais como; burocráticas, encarregados de educação, gestão e organização de programas e metas curriculares. Após termos enriquecido a construção da nossa profissão através da experiência inicial, iremos, implementar aos poucos as TIC em contexto de sala de aula, até porque as mesmas, quando bem utilizadas são capazes de promover ao aluno o papel de responsável e construção do seu próprio saber; fazendo com que ocorram transformações não só do seu comportamento individual, mas de toda uma sociedade. As novas tecnologias de informação e comunicação são muito mais que suportes/recursos, estas, influenciam muito no modo de pensar, sentir, agir, de nos relacionarmos socialmente.



TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação


Bibliografia
  • Governo quer "alunos do futuro" em escolas com computadores antigos e internet lenta. (2018). SAPO.
  • Karsenti, T., Villeneuve, S., & Raby, C. (2008). O USO PEDAGÓGICO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DOS FUTUROS DOCENTES NO QUEBEC. Educação & Sociedade, 29, 865-889.
  • Lagarto, J. R. (2013). Inovação, TIC e Sala de Aula. Em J. R. Lagarto, As novas tecnologias e os desafios para uma educação humanizadora (pp. 1-17). Santa Maria, Brasil: Biblos Editora.
  • M, V. (2018). Medida de desintoxicação – França proíbe telemóveis nas escolas. Sapo. Obtido de https://pplware.sapo.pt/informacao/medida-de-desintoxicacao-franca-proibe-telemoveis-nas-escolas/ Pocinho, R. F., & Gaspar, J. P. (2012). O uso das TIC e as alterações no espaço educativo. Fundação Dialnet, 143-154.
  • Ponte, J. P. (2002). As TIC no início da escolaridade: Perspectivas para a formação inicial de professores. Em J. P. Ponte, A formação para a integração das TIC na educação pré-escolar e no 1.º ciclo do ensino básico (pp. 1-10). Porto: Porto Editora.
  • Reis, S., Santos, F., & Tavares, J. (2012). O USO DAS TICs EM SALA DE AULA: UMA REFLEXÃO SOBRE O SEU USO NO COLÉGIO VINÍCIUS DE MORAES/SÃO CRISTÓVÃO.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Jogo educativo digital


Apresentamos como jogo educativo digital a Árvore Genealógica do João. O próprio nome do jogo, remete-nos automaticamente para o conteúdo a ser dinamizado: Árvore Genealógica e a Identificação de diferentes graus e relações de parentesco. A partir deste tema é possível trabalhar:  as Aprendizagens Essenciais (1º ano do 1ºCEB1), o Programa de Estudo do Meio do Ensino Básico (3º ano do 1ºCEB), a Língua Portuguesa no domínio da interpretação e compreensão (1º e 3º ano do 1ºCEB) e a interação com o mundo digital.

O jogo está disponível em Português e em Inglês, podendo ser uma ferramenta de trabalho quer para os professores de 1º CEB como, para os professores de Inglês.

Para a exploração deste jogo, o público preferencial são os alunos do 1º e do 3º ano do 1º CEB.
Para aceder ao jogo, clique aqui!


1 Ciclo do Ensino Básico

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

O que é um Blogue? Que utilidades poderá ter na Educação?

Um blogue é muito semelhante a um diário, em que permite aos utilizadores a publicação de posts, partilhando assim conteúdos como: fotografias, vídeos, críticas, reflexões, entre outros. Este pode ser gratuito ou não, com ou sem fins lucrativos, sendo utilizado de uma forma livre e independente, individual ou em grupo, com uma frequência variável. Caso apresente uma privacidade pública, o mesmo estará disponível para internautas, em que os visitantes poderão comentar conteúdos partilhados, proporcionando assim, alguma interatividade. É uma ferramenta bastante útil de partilha de informação e cada vez mais utilizada atualmente (Barreto, 2007).
Para a Educação, o blogue, poderá ser uma ferramenta multidisciplinar de trabalho. Os conteúdos e conceitos podem ser discutidos e partilhados, tendo como propósito por exemplo; referir e ou complementar conteúdos lecionados. O blogue, por ser considerado um diário de bordo online, potencializa diversas formas de utilização, tais como: o desenvolvimento de trabalhos em equipa, discussão e elaboração de projetos, indicação de notas sobre as aulas, partilha de conhecimentos e saberes entre alunos. O professor, neste espaço deverá assumir um papel participativo, de forma a conseguir otimizá-lo como um auxílio pedagógico (Araújo, 2009). Ainda assim, um blogue como recurso ou estratégica pedagógica pode também ser influenciador sobre o desenvolvimento do pensamento critico dos alunos (Coutinho & Junior, 2007).


Obras Citadas

Araújo, M. (2009). POTENCIALIDADES DO USO DO BLOG EM EDUCAÇÃO . Obtido de Repositorio.ufrn.br: http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/bitstream/123456789/14350/1/MicheleCMUA.pdf
Barreto, A. (2007). Blogues e Bibliotecas: informação, comunicação e nonsense à velocidade da luz. Cadernos Bad, https://www.bad.pt/publicacoes/index.php/cadernos/article/view/779/777.
José, M., Silva, M., & MARCELINO. (2007). SIIE’2007 : actas do Simpósio Internacional de Informática Educativa. In C. Coutinho, & J. Bottentuit Junior, Blog e wiki : os futuros professores e as ferramentas da Web 2.0 (pp. 199-204). Porto: ESE-IPP. Retrieved from http://hdl.handle.net/1822/7358